Garoto-propaganda. Ninguém sabe exatamente a definição, mas todos sabem o que é. E eu sei que a menção a essa palavra o fez lembrar de um determinado garoto-propaganda. Claro que ele será citado, só que mais adiante.Os garotos ou garotas-propaganda são aqueles escolhidos para representar campanhas. Atualmente não é muito comum a utilização desse recurso mas, periodicamente, alguma marca consagrada, ou que pretenda consagrar-se, apresenta uma campanha nesses moldes.
Muitos garotos-propaganda tornam-se inesquecíveis e/ou imortalizados, tendo sua imagem associada à marca ou produto por longos anos. Eu pelo menos ainda me lembro do simpático senhor calvo e de óculos que aparecia nos comerciais do Bamerindus(só eu lembro?!). Amortecedor eu só fiquei sabendo que existia por causa do cachorrinho lingüiça. O bailarino negro, careca, com voz de cinema é da C&A (pena que tiraram a dublagem). A lista é grande e formada em sua maioria por artistas e campanhas que surgiram e foram divulgadas em meados dos anos 1980 e 1990.



Ah, então vamos finalmente ao garoto-propaganda top. Claro que é o Carlos Moreno. O Garoto Bombril. A primeira campanha estreou em 1978, sendo escrita por Washignton Olivetto (ninguém ficou surpreso!!) e com direção de arte de Francesc Pettit. Foi uma revolução nas campanhas publicitárias voltadas para as donas-de-casa da época, já que até então, os comerciais e anúncios tratavam da mulher como piloto-de-fogão. Essa campanha inicial foi o molde para as demais, que são exibidas até hoje pela Bombril, com o mesmo excelente garoto-propaganda, tendo sofrido apenas um curto hiato.Carlos Moreno representou diversos personagens reais e fictícios, encarnando mulheres, figuras históricas, contracenando com atletas, artistas e afins.


Como li por aí: “É indiscutível a importância do Garoto- Bombril para a história da propaganda.”E que assim seja!


Esse não é um blog sobre notícias, mas como em ocasiões anteriores, isso me fez pensar, pesquisar e consequentemente, escrever. Eu sei, há questões muito mais cruciais no contexto atual do que essa. No entanto, vamos pensar no que está implícito. O MPF alega que os nomes utilizados pelas respectivas marcas podem causar confusão e induzir à compra indevida. Trocando em miúdos: alguém pode comprar “refrigerante” achando que é água mineral. Ou seja: o consumidor é inocente demais para diferenciar. Usei inocente como eufemismo. Muitas considerações deveriam ser feitas pelo MPF, por exemplo, ninguém compra água mineral em embalagem verde. Fato! Azul e transparente são embalagens que remetem a pureza e a assepsia. Os consumidores sabem disso instintivamente. Água pura não leva suco de fruta, logo, sua embalagem não é ilustrada com fotos ou desenhos de frutas. E bem, a lista poderia seguir.
O ponto é: qual critério o MPF usou para determinar que os rótulos das bebidas poderiam causar confusão? Os nomes? Recuso-me a acreditar! O consumidor, especialmente o brasileiro, não é assim tão apegado à relação nome-composição. Não tanto quanto o MPF acredita. Há anos está no mercado um produto chamado Cremogema. Todos sabem que os ingredientes não incluem ovo. Também é de conhecimento universal que Ovomaltine não contém ovo (engraçado como os fabricantes gostam de relacionar seus produtos ao ovo). E será que alguém imagina que cerveja Sol é feita de plasma e ocorrem fusões nucleares dentro das latinhas?! Tá bem, exagerei no exemplo da cerveja, não resisti.
De qualquer forma, não me sai da cabeça que depois desse tempo todo, os brasileiros já tenham mais do que aprendido e decorado o que são as verdes e estilosas garrafinhas da discórdia. Falando sério, eu fiquei ofendida.







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