quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Photoshop? Talvez sim, talvez não...

por Rodrigo FeOli

Parece brincadeira, mas não é! Na europa, britânicos e franceses cogitam a proibição de retoques do photoshop nas imagens que circulam na mídia.
Com o passar dos anos e a evolução da tecnologia, o uso do photoshop tornou-se imprescindível em praticamente tudo o que diz respeito à fotografia. Entretanto, é importante destacar que há níveis de tratamento de imagem, desde o retoque mais básico até a fronteira do surrealismo, tudo isso sem muita dificuldade. E exatamente isso tira o sono dos europeus, mais precisamente ,das européias.

Na publicidade há sempre o interesse em propor o sonho que pode ser real, provocar o desejo que incomoda o público a ponto de fazê-lo comprar; como no caso dos cartões de crédito, que até ajudam quem é responsável e sabe usar, mas acabam fazendo com que as pessoas comprem o que não precisam com o dinheiro que não têm.
Agora imaginem a venda desse ideal inatingível do corpo perfeito. Está aí algo que tira o sono de mulheres de todo o mundo, sem contar os danos causados
à saúde, esses sim, podem ser irreparáveis.
Quem estabelece o padrão de beleza? Existe um padrão?

Na realidade, trata-se
de uma questão bem mais abrangente. Lembro-me que, tempos atrás, as bonecas Barbie´s foram alvo de críticas semelhantes, inclusive médicos afirmavam que aquele biotipo não corresponderia nunca a uma qualidade de vida saudável. Nesse caso, a crítica é bem mais compreensível, principalmente, por ser um ítem do universo infantil,
Complicado mesmo é constatar que adulto
s têm dificuldade em diferenciar o real do irreal, mesmo levando em conta o nível de precisão da montagem de anúncios, dos sonhos comerciais. Observando o passado, as obras de arte facilitam o entendimento de que esse valor muda com o tempo. Um exemplo, dentre tantos, é a obra "O banho de Betsabé", de Rembrandht. Notem que as curvas do corpo da mulher são muito mais correspondentes a realidade. Provavelmente desagradariam qualquer padrão estético atual. Agora pergunto: Por quê a realidade incomoda tanto, a ponto de ser necessário propor um ideal irreal, inatingível?

O banho de Betsabé - 1654 - Pintado por Rembrandht - Período Barroco Europeu

Evidentemente, quem trabalha com comunicação sabe que existe grande responsabilidade no que se transmite para o grande público. Mas, se a "geração saúde" se preocupasse com a mente tanto quanto se preocupa com o corpo, quem sabe essas imagens "surrrealistas" da mídia não influenciassem tanto. Não despertariam desejos insanos de ter o que não se pode, ou até mesmo, ser o que não se deve. Não seria simples ensinar a discernir ao invés de tapar os olhos?


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1 valorizadas, ou não: on "Photoshop? Talvez sim, talvez não..."

Anônimo disse...

Muito bom!!!!!Amei o texto!

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